É naquele breve, brevíssimo (um segundo? um segundo e dois décimos?) plano do rosto de Myriem Roussel, que faz uma expressão entre o pânico total e o horror absoluto, aliás num dramatismo "expressionista" (passe o pleonasmo), totalmente estranho à norma do cinema de Godard, é nesse plano, dizia eu, nesse noli me tangere que se segue ao momento em que o namorado Joseph avança com a mão para lhe tocar no ventre, que Je Vous Salue, Marie se torna definitivamente e sem retrocesso no mais religiosamente feminino dos filmes.
Thursday, May 31, 2007
Wednesday, May 16, 2007
A escala Warhol (agora eu)
Michael Cimino estava na sua fase Seu Jorge. Samba, Casa do Brasil, e isso. Ao almoço, espantou-se que eu, "jovem", torcesse um bocado o nariz ao seu entusiasmo e perguntou-me de que música gostava eu. Música americana, respondi, Bob Dylan. Disse-me que Dylan compusera Visions of Johanna em louvor da sua (dele, Cimino) ex-mulher. Ainda hoje acho que estava a gozar com alguém (não comigo, mas com ele, com Dylan ou com a ex-mulher, por esta ordem de probabilidade). Despediu-se com um "temos que combinar aí um dia para ouvir some Dylan records".
(Mas até hoje, nada, nem um postalinho)
(Mas até hoje, nada, nem um postalinho)
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