O extraordinário é que o fatalismo de Dutt, em 1959, não tinha nenhuma razão material, palpável. Mas, como se fosse uma premonição, Flores de Papel é mais ou menos a história do que lhe aconteceu a seguir.
"His 1959 Kaagaz ke Phool was an intense disappointment. He had invested a great deal of love, money, and energy in this film, which was a self-absorbed tale of a famous director (played by Guru Dutt) who falls in love with an actress (played by Waheeda Rehman, Dutt's real-life love interest). Kaagaz ke Phool failed at the box office and Dutt was devastated. All subsequent films from his studio were, thereafter, officially helmed by other directors since Guru Dutt felt that his name is anathema to box office".
"On October 10, 1964, Guru Dutt was found dead in his bed. He is said to have been mixing alcohol and sleeping pills. His death may have been suicide, or just an accidental overdose.
Guru Dutt's son, Arun Dutt views this as an accident in an interview with India Abroad in October 2004 on the 40th anniversary of his father's death. Guru Dutt had scheduled appointments the next day with actress Mala Sinha for the movie, Baharen Phir Bhi Aayengi, and Raj Kapoor to discuss making colour films. According to him, "my father had sleeping disorders and popped sleeping pills like any other person. That day he was drunk and had taken an overdose of pills, which culminated in his death. It was a lethal combination of excessive liquor and sleeping pills.""
"According to his brother Atmaram, Guru Dutt was "a strict disciplinarian as far as work was concerned, but totally undisciplined in his personal life" (Kabir, 1997, p. 124). He smoked heavily, he drank heavily, and he kept odd hours. At the time of his death, he had separated from Geeta and was living alone.
Guru Dutt was involved with actress Waheeda Rehman".
Monday, January 29, 2007
Monday, January 22, 2007
Sobre Babel
Não é a "ideologia" de Babel que me irrita. Aliás, nem consigo perceber muito bem qual é a "ideologia" de Babel, para além da exibição estereotipada de um "testemunho dos efeitos da globalização" (aliás bastante linear e bastante simplista: a globalização não é uma linha contínua como a que mostra o filme de Iñarritu por muito que a tente complicar; são muitas linhas descontínuas que avançam ao mesmo tempo em várias direcções; a melhor metáfora, se estamos aí, seria uma "tapeçaria"; ora não é uma estrutura dessas que encontramos em Babel, antes uma soma a+b+c+d que, sendo a ordem dos factores arbitrária, não se torna mais complexa pela desarrumação a que Iñarritu a submete). Julgo até, ideologicamente falando, que Babel dá um tiro no pé: que moral para além da negação do provérbio que diz que é melhor dar uma cana de pesca (ou uma carabina) a um pobre do que um peixe (ou um bife)?
Fui à procura do que escrevi sobre Amor Cão, suponho que em 2001. É até surpreendentemente brando tendo em conta a irritação que o filme me provocou (e que o tempo não atenuou, pelo contrário):
Não vale a pena ficar surpreendido com o acabamento industrial de “Amor Cão” porque, nesse domínio, a tradição do cinema mexicano já tem várias décadas. Sobra a condescendência por se tratar de uma primeira obra, mas mesmo aí não parece haver grandes razões para festejos – é verdade que “Amor Cão” tem uma estrutura narrativa algo intrincada, manejada com relativa segurança, mas é de duvidar que se ela não se parecesse tanto com alguns modelos americanos (Altman, Tarantino) o filme de Gonzalez Inarritu desse tanto nas vistas. Desequilibradíssimo, nem sempre ágil no aproveitar da melhor maneira as duas ou três ideias interessantes que exibe, “Amor Cão” é um filme que se vai esgotando ao longo da sua duração, por manifesta incapacidade de renovação. E o último segmento, derradeiro teste à paciência do espectador, acaba por denunciar que, apesar de toda a euforia visual do filme, o sangue que lhe corre nas veias é de telenovela.
Questões de qualidade (minha) à parte, muito do que disse sobre Amor Cão vale para Babel. Se a ideologia vem ao caso, não é nenhuma ideologia pré-existente, mas antes a ideologia produzida pelo filme. A ideologia cinematográfica, por assim dizer. Que me parece pobre, gasta e, pedindo desculpa pela palavra, intrujona, em Amor Cão, 21 Gramas e Babel.
Thanks for the nice words.
Fui à procura do que escrevi sobre Amor Cão, suponho que em 2001. É até surpreendentemente brando tendo em conta a irritação que o filme me provocou (e que o tempo não atenuou, pelo contrário):
Não vale a pena ficar surpreendido com o acabamento industrial de “Amor Cão” porque, nesse domínio, a tradição do cinema mexicano já tem várias décadas. Sobra a condescendência por se tratar de uma primeira obra, mas mesmo aí não parece haver grandes razões para festejos – é verdade que “Amor Cão” tem uma estrutura narrativa algo intrincada, manejada com relativa segurança, mas é de duvidar que se ela não se parecesse tanto com alguns modelos americanos (Altman, Tarantino) o filme de Gonzalez Inarritu desse tanto nas vistas. Desequilibradíssimo, nem sempre ágil no aproveitar da melhor maneira as duas ou três ideias interessantes que exibe, “Amor Cão” é um filme que se vai esgotando ao longo da sua duração, por manifesta incapacidade de renovação. E o último segmento, derradeiro teste à paciência do espectador, acaba por denunciar que, apesar de toda a euforia visual do filme, o sangue que lhe corre nas veias é de telenovela.
Questões de qualidade (minha) à parte, muito do que disse sobre Amor Cão vale para Babel. Se a ideologia vem ao caso, não é nenhuma ideologia pré-existente, mas antes a ideologia produzida pelo filme. A ideologia cinematográfica, por assim dizer. Que me parece pobre, gasta e, pedindo desculpa pela palavra, intrujona, em Amor Cão, 21 Gramas e Babel.
Thanks for the nice words.
Tuesday, January 16, 2007
Citações
Mark Peranson sobre Babel: "Let me point out that the film is itself a crime against humanity, and possibly the worst film ever made. (...) Now that the international court in The Hague is done with Milosevic, I put forth Inarritu".
Roberto Rossellini (sem link) sobre Hollywood: "É falso que seja daqueles que estão sempre a vilipendiar Hollywood. Pelo contrário, acho Hollywood um lugar formidável. É assim como uma fábrica de salsichas que produz salsichas de excelente qualidade".
Roberto Rossellini (sem link) sobre Hollywood: "É falso que seja daqueles que estão sempre a vilipendiar Hollywood. Pelo contrário, acho Hollywood um lugar formidável. É assim como uma fábrica de salsichas que produz salsichas de excelente qualidade".
Saturday, January 13, 2007
Um fogo de artifício fúnebre
Louis Skorecki est de la trempe des Lester Bangs, Yves Adrien, Jean-Patrick Manchette, ces francs-tireurs qui ont leur style pour seule arme, qui nous disent le monde en racontant leur vie et vice-versa, ces perdants du statut social et de la reconnaissance majoritaire, ces enfants aveugles aux yeux grands ouverts qui savent se débattre dans le noir et nous auront apporté quelque lumière décisive. Les ruminations de Skorecki, c'est une grande explosion de tous les systèmes critiques en vigueur, un coup de balai vigoureux et modeste dans le jardin des Lagarde et Michard du cinéma, un feu d'artifice funèbre où il enterre en beauté le cinéma, le discours critique et sa propre vie de spectateur, un dernier tour de piste mélancolique mais pas triste avant l'ère du tout-pixel et du tout-marchand. En attendant cette joyeuse glaciation, voilà une magistrale leçon de liberté et d'élégance. Oui, on veut bien jouer au docteur.
Deste texto de Serge Kaganski ler o resto, que é o mais importante, aqui (where else?).
Adorava (oh como adorava!) ler Skorecki sobre Iñarritu.
Deste texto de Serge Kaganski ler o resto, que é o mais importante, aqui (where else?).
Adorava (oh como adorava!) ler Skorecki sobre Iñarritu.
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