Curt Bois, como espectral representante de uma Berlim antiga, pré-Hitler, pré-guerra, pré-tudo, passava pelas Asas do Desejo à procura de Potsdamer Platz, sem perceber que aquele glauco descampado com muro ao fundo era Potsdamer Platz. A ironia é que hoje, 2o anos depois do filme de Wenders, quando no lugar do descampado e do muro se ergue um futurista Sony Centre, Curt Bois estaria tão perdido como estava. Não há cidade mais condenada a mudar