O Memorial do Holocausto, no centro de Berlim. Por cima, dúzias de paralelipípedos alinhados em filas, total abstracção. Por baixo, um "centro de informações": números (muitos números), datas, nomes, algumas fotos, alguns fragmentos de testemunhos escritos. Expostos, é verdade, num dispositivo que usa, digamos, a cenografia como mecanismo de maximização dramática (ou dramatúrgica, até). Mas em total sobriedade, se não austeridade, sem truques nem efeitos a apelar à lágrima fácil. Mais Resnais ou Lanzmann (e mais Lanzmann do que Resnais) do que Spielberg.
Há sempre um lado fútil nos monumentos, sejam eles quais forem. Aqui tem-se a sensação de visitar uma excepção. Talvez o sítio mais comovente de Berlim