Talvez. Ou talvez não: parece-me um procedimento que ao fim de meia dúzia de experiências já está velho, automático, convencionalizado e banalizado. Referia-me a este tipo de uso rotineiro, não ao uso que alguém, eventualmente, um dia venha a dar ao processo. 99% (vá lá, 95%) dos filmes fazem um uso pobre do som; mas um uso pobre do som incomoda-me menos do que um uso pobre das 3D, que é uma coisa que, digamos, salta à vista (ou assalta a vista). Poluição visual, berraria visual, luzes acesas só para não estarem apagadas, coisas assim.
De qualquer modo não queria ser ofensivo para a Baby TV. Vejo pouca televisão e ainda menos bebés, mas dos minutos de Baby TV com que já me cruzei pareceu-me que aquilo se faz com algum interesse (um bocado "chill out zone", é verdade), e que se trabalha duma maneira séria a relação de formas e cores com a indução de um estado de "consciência" particular. Em termos de atitude perante essa relação, tipos como o Brakhage ou o Jacobs tem coisas aproximáveis. Não acho que esteja a exagerar (muito).