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Gosto do pessimismo de Iosseliani. O bolchevismo era horrível? A perestroika foi le bordel. O comunismo era sinistro? O capitalismo é o deserto. Quando se vivia na URSS sonhava-se com o paraíso Ocidental? Vem-se a descobrir que tudo se assemelha nesta terra.
Resta o quê? Vinho e música. Toda a metafísica que vale a pena se condensa num copo e numa canção. Era uma Vez um Melro Cantor ainda não diz isso: estava-se em 1970, era Brejnev. É só o relato da vida atravancada. Mas tende para a mesma conclusão, sobretudo se o estivermos a ver em 2006.
Na Finlândia do milagre da Nokia Kaurismaki chegou mais ou menos ao mesmo ponto. O estilo é diferente, a metafísica é quase igual.